Em um mundo cada vez mais atento à origem dos alimentos, a segurança alimentar se tornou um dos pilares do agronegócio moderno. Como comenta o empresário Aldo Vendramin, produzir bem já não é suficiente, é preciso provar que se produz bem. Nesse contexto, o autocontrole e a rastreabilidade surgem como instrumentos fundamentais para fortalecer a credibilidade das cadeias produtivas, proteger marcas e garantir o acesso a mercados cada vez mais exigentes.
Neste artigo buscamos conceituar a segurança alimentar e seu destaque no mercado de médio a longo prazo. Venha saber mais!
O que significa a segurança alimentar?
A segurança alimentar é o conjunto de práticas que garante que um produto agrícola ou animal chegue ao consumidor livre de riscos sanitários e ambientais. No Brasil, esse conceito ganhou força com a implantação do marco legal do autocontrole, que modernizou o sistema de fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A nova lei estabelece que as empresas rurais são responsáveis por garantir a qualidade e a segurança dos seus produtos, enquanto o Estado atua como fiscalizador e orientador. Segundo o senhor Aldo Vendramin, esse modelo é um avanço, pois transforma o produtor em protagonista da segurança do alimento, estimulando a transparência, a inovação e a autorregulação responsável.
O que é o autocontrole e por que ele é tão importante?
O autocontrole consiste em planos e procedimentos internos de monitoramento, criados para prevenir riscos sanitários e ambientais antes que eles ocorram. Esses programas incluem o controle de insumos, a rastreabilidade da produção, o manejo de resíduos e a verificação contínua de processos, como alude Aldo Vendramin.
Empresas e propriedades rurais que adotam o autocontrole não apenas cumprem exigências legais, mas ganham vantagem competitiva, visto que elas demonstram compromisso com a qualidade, o bem-estar animal e a sustentabilidade, três valores cada vez mais valorizados por consumidores e investidores.
O autocontrole é uma forma de “gestão da confiança”, então ao registrar, monitorar e comprovar suas práticas, o produtor fortalece sua marca e cria uma relação de credibilidade com o mercado.
Rastreabilidade: um elo entre o campo e o consumidor?
A rastreabilidade é a ferramenta que garante a transparência da cadeia produtiva. Por meio dela, é possível acompanhar cada etapa do produto, da origem ao destino final, assegurando que todo o processo atenda aos padrões sanitários e ambientais exigidos.
Com o uso de códigos QR, chips e sistemas digitais, a rastreabilidade permite identificar de onde veio cada lote, quem produziu e como foi cultivado ou criado. Essa visibilidade é essencial não apenas para evitar fraudes e contaminações, mas também para agregar valor à marca.
Conforme explica o empresário Aldo Vendramin, a rastreabilidade é o “CPF do alimento”: um selo de confiança que conecta o campo ao consumidor urbano, quando o público tem acesso à origem e à qualidade do que consome, a percepção de valor do produto aumenta e, com ela, a força da marca no mercado.
Como a tecnologia fortalece o controle e a credibilidade?
O avanço da digitalização rural trouxe novas soluções para a segurança alimentar, o uso de softwares de gestão agropecuária, sensores inteligentes, sistemas de blockchain e bancos de dados públicos permitem automatizar processos de controle e auditoria. Essas ferramentas reduzem falhas humanas e garantem registro inviolável das etapas produtivas, o que é essencial em cadeias longas e complexas como a do agro brasileiro, frisa Aldo Vendramin.
Além disso, a integração entre rastreabilidade e sustentabilidade permite que o produtor demonstre compromissos ambientais e sociais, facilitando certificações e exportações. Portanto, tecnologia e confiança caminham juntas, e quem domina os dados da produção domina também o valor de mercado do seu produto.
Sustentabilidade, reputação e mercado internacional
A segurança alimentar é um passaporte para o comércio exterior, isto porque mercados como União Europeia e América do Norte exigem comprovação de boas práticas agrícolas, respeito ambiental e rastreabilidade completa. Empresas que não se adaptarem a esses padrões correm o risco de perder competitividade.
Por outro lado, quem adota modelos de autocontrole e transparência abre portas para exportações, certificações e parcerias internacionais. Aldo Vendramin ressalta que a reputação é o ativo mais valioso do agro moderno, já que não basta produzir bem, é preciso mostrar como se produz.
A segurança alimentar não é apenas uma exigência técnica, mas uma estratégia de posicionamento. Ela transforma o controle em confiança, o dado em valor e o produtor em protagonista da credibilidade agropecuária. O autocontrole e a rastreabilidade não são burocracias, mas pontes que ligam o campo ao consumidor, a fazenda ao mercado e o alimento à sua verdadeira origem.
Autor: Artur Matveev



