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O que acontece com os contratos de arrendamento rural durante a recuperação judicial? Descubra neste artigo

Rodrigo Gonçalves Pimentel explica o que ocorre com os contratos de arrendamento rural durante a recuperação judicial.

A recuperação judicial é um instrumento jurídico que pode transformar a realidade de empresas e produtores rurais em crise financeira. O Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio do escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, frisa que esse mecanismo tem a função de preservar a atividade produtiva e assegurar que o patrimônio do empresário ou produtor seja protegido durante a reestruturação. 

Tendo isso em vista, uma questão relevante nesse processo é entender como ficam os contratos de arrendamento rural, fundamentais para a continuidade da produção agrícola. A seguir, neste artigo, veremos como essas questões jurídicas e práticas se desenvolvem durante a recuperação judicial.

O que é arrendamento rural e qual a sua importância?

De acordo com o Dr. Lucas Gomes Mochi, também sócio do escritório, o arrendamento rural é um contrato em que o proprietário de terras cede o uso de sua área a outra pessoa, mediante pagamento em dinheiro ou produtos. Esse tipo de contrato é amplamente utilizado no agronegócio, pois permite que produtores ampliem sua capacidade produtiva sem necessidade de investir na compra de novas áreas.

Na prática, o arrendamento rural representa tanto uma fonte de renda para o proprietário quanto uma oportunidade de expansão para o produtor. No entanto, em cenários de crise, quando o arrendatário busca a recuperação judicial, surgem dúvidas sobre a continuidade e a validade desses contratos. Logo, é justamente nessa intersecção entre direito empresarial e direito agrário que os desafios se intensificam.

Contratos de arrendamento rural podem ser suspensos na recuperação judicial?

Segundo o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, durante o período de recuperação judicial, conhecido como “stay period”, há a suspensão de cobranças e execuções contra o devedor. Mas essa regra não significa que o contrato de arrendamento rural seja automaticamente suspenso. O arrendatário deve continuar honrando os pagamentos, já que a manutenção da terra é essencial para a geração de receitas que sustentam o plano de recuperação. 

Como destaca o Dr. Lucas Gomes Mochi, a preservação desses contratos está ligada ao princípio da continuidade da atividade produtiva. Portanto, interromper ou encerrar o arrendamento poderia inviabilizar toda a reestruturação, o que contraria os objetivos da Lei 11.101/2005.

Quais cuidados o produtor deve ter com arrendamento rural na recuperação judicial?

De acordo com o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, empresários e produtores rurais precisam adotar estratégias jurídicas para assegurar que o arrendamento rural não se torne um ponto de fragilidade durante a recuperação. Isto posto, entre os cuidados mais comuns estão:

  • Cláusulas bem definidas: prever prazos, reajustes e obrigações de ambas as partes, evitando litígios.
  • Transparência com o arrendador: comunicar o ingresso na recuperação judicial e apresentar o plano de continuidade.
  • Gestão financeira eficiente: organizar fluxo de caixa para garantir que os pagamentos sejam cumpridos, mesmo diante da crise.
Descubra com Rodrigo Gonçalves Pimentel os impactos da recuperação judicial sobre os contratos de arrendamento rural.
Descubra com Rodrigo Gonçalves Pimentel os impactos da recuperação judicial sobre os contratos de arrendamento rural.

Esses cuidados ajudam a transmitir segurança ao arrendador e reforçam a credibilidade do produtor diante de credores e do mercado.

Como a recuperação judicial impacta os credores do arrendamento?

Os valores devidos ao proprietário da terra podem ser classificados como créditos submetidos à recuperação, dependendo da data em que o contrato foi firmado e das parcelas vencidas. Desse modo, créditos anteriores ao pedido ficam sujeitos ao plano de recuperação; já as obrigações posteriores devem ser cumpridas regularmente.

Segundo o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, compreender essa diferença é fundamental para que o produtor não confunda dívidas renegociáveis com compromissos inadiáveis. Até porque o descumprimento de obrigações após o início da recuperação pode comprometer a homologação do plano e até levar à falência.

Os contratos de arrendamento rural como aliados importantes na recuperação judicial

Em conclusão, os contratos de arrendamento rural, quando bem administrados, não representam um obstáculo, mas sim um suporte estratégico para o sucesso da recuperação judicial. Dessa maneira, a manutenção desses vínculos assegura a continuidade da produção e fortalece a confiança entre credores, arrendadores e produtores.

Portanto, em cenários de crise, o produtor que planeja e busca apoio especializado tem mais chances de superar dificuldades e preservar sua atividade no campo. Então, mais do que cumprir a lei, trata-se de adotar uma postura responsável e alinhada às necessidades de todos os envolvidos.

Autor: Artur Matveev

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