Política

Operação Conexão Perdida: Polícias do Rio e Espírito Santo Unem Forças Contra Lavagem de Dinheiro

Uma operação conjunta entre as polícias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo resultou na prisão de dez pessoas, incluindo membros de uma quadrilha que movimentou mais de R$ 40 milhões em um ano. A ação, realizada no Complexo da Maré, teve como objetivo desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro operado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Os agentes cumpriram cerca de 20 mandados de prisão e busca e apreensão, visando desarticular a rede criminosa que operava um “banco paralelo” na região.

As investigações começaram após a prisão de Luan Gomes de Faria, um dos líderes do TCP, em Vitória. Ele e seu irmão, Bruno Gomes de Faria, conhecido como “os irmãos Vera”, foram identificados como os principais responsáveis pela lavagem de dinheiro no estado. Bruno, que ainda está foragido, é considerado o alvo principal das autoridades. A operação revelou que o grupo extorquia dinheiro de empresas que prestavam serviços essenciais, como internet e gás, exigindo pagamentos mensais para operar nas áreas controladas pelo TCP.

Durante a operação, houve intenso tiroteio e barricadas em chamas, o que levou ao fechamento da Avenida Brasil. Apesar da violência, não houve feridos. As prisões ocorreram em diferentes locais, incluindo o Complexo da Maré e comunidades em Vitória. Entre os detidos, estava Gisele Lube, uma das principais operadoras do esquema, que foi responsável pela lavagem de R$ 27 milhões. A ação policial foi um reflexo do esforço coordenado entre os estados para combater o crime organizado que ultrapassa fronteiras.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, destacou a importância da colaboração entre as forças de segurança dos dois estados. Ele afirmou que a operação demonstra que o Rio de Janeiro não tolerará a presença de criminosos, independentemente de sua origem. A união das polícias é fundamental para desmantelar redes criminosas que atuam em diferentes regiões, garantindo a segurança da população e a integridade das comunidades.

As investigações revelaram que o grupo criminoso utilizava diversas contas bancárias, incluindo as de uma casa lotérica e do “banco paralelo”, para gerenciar e ocultar os valores ilícitos. O subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, Romualdo Gianordoli Neto, informou que a facção não apenas lavava dinheiro do tráfico de drogas local, mas também movimentava recursos do TCP em Vitória, totalizando R$ 43 milhões em menos de um ano.

A operação também resultou na apreensão de armamentos, incluindo quatro fuzis, que estavam em posse dos criminosos. Um dos presos em flagrante, Renê Gomes Silva, foi detido ao tentar roubar um caminhão na Avenida Brasil. Ele estava conduzindo uma moto roubada e foi capturado após uma perseguição policial. Outro homem foi preso pelo Bope com um fuzil em uma comunidade próxima.

A ação policial é um exemplo de como a colaboração entre diferentes estados pode ser eficaz no combate ao crime organizado. A troca de informações e a coordenação entre as forças de segurança são essenciais para desmantelar redes criminosas que operam em várias regiões. O sucesso da operação “Conexão Perdida” demonstra que a união de esforços é fundamental para enfrentar a complexidade do crime organizado no Brasil.

Em resumo, a operação conjunta entre as polícias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo contra a lavagem de dinheiro é um passo importante na luta contra o crime organizado. A prisão de membros do TCP e a desarticulação de seu esquema de lavagem de dinheiro são vitórias significativas para as autoridades. A continuidade desse tipo de colaboração entre os estados é crucial para garantir a segurança da população e combater a impunidade no país.

Artur Matveev

Artur Matveev

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